Dentes lindos e saudáveis: se você começou a cuidar ainda cedo, continuará com eles na fase adulta, mas, se você não era muito amigo de escova e do cirurgião, é nessa época que começam a aparecer os desgastes e problemas com a dentição.
Nas últimas décadas, a atenção do adolescente – de 0 a 19 anos – vem se tornando uma prioridade em muitos países. No Brasil, especialistas de Estudos da Saúde do Adolescente (Nessa) da UERJ consideram a saúde oral uma das áreas de grande atenção, quando ocorre a mudança da dentição mista para definitiva, fase que requer cuidados. As patologias graves nessa área prejudica o crescimento e desenvolvimento, afetando a imagem corporal, a estética, a mastigação e a fala, além de dificultar o acesso ao mercado de trabalho e diminuir a autoestima.
Para a cirurgiã-dentista do Nessa e mestre em odontologia social e preventiva, Célia Mathias, a saúde da dentição na adolescência está ligada a três aspectos: biológico, emocional e social. Biológico: a cirurgiã-dentista diz que é fundamental preservar as estruturas dento-orofaciais, sem cárie dental, doença periodontal, maloclusão, respiração bucal, os traumatismos e até a Aids. Emocional: a importância desses cuidados está associada á imagem corporal, à autoestima, à autopercepção de saúde bucal, à sexualidade e à diminuição de hábitos viciosos. Social: ligada à inserção no mercado de trabalho e ao risco de sofrer bulling.
Com relação à higiene oral, a principal é antes de dormir, com o uso de creme dental com flúor, escova e fio dental sem pressa e com cuidado. A língua também deve ser higienizada. Deve-se manter essa higiene mesmo que haja sangramento gengival, pois muitos jovens, ao perceberem esse sangramento, deixam de higienizar, achando que vão machucar, mais ainda, a gengiva. O stress e a ansiedade devem ser observados. O aparecimento de lesões tipo mordedura na mucosa oral ou hábito vicioso pode surgir sofrimento emocional, devendo ser feita referência para a saúde mental.
Orientação importante – usar cinto de segurança em veículos; protetores bucais nas práticas esportivas e uso de preservativos e proteção para mucosas, em todas as práticas sexuais. As fraturas dentais geralmente têm como causa a ocorrência de mero acidente. Apesar de proibidos para menores de 18 anos de idade, no Brasil, é importante orientar sobre os males do fumo, da bebida alcoólica e das demais drogas. Estas informações devem ser passadas aos adolescentes, às suas famílias e às instituições que lidam com esta faixa etária, como as escolas.
Segundo pesquisas, caiu para metade a perda dentária em adolescentes. Célia acredita que esse resultado positivo está relacionado a duas esferas principais, mesmo que de forma ainda desigual no Brasil: a odontológica em que houve maior oferta de atenção à população infantil e, principalmente, a adolescentes, comparado a outras épocas; e a “extraodontológica”, com maior abastecimento de água fluoretada, uso de dentifrícios fluorentados e melhores indicadores de níveis de vida da população brasileira. Fonte cfo